A Raízen, o maior grupo sucroenergético brasileiro, registrou nos nove meses da safra 2024/25, a moagem de 77,5 toneladas de cana por hectare, queda de 6,9% em relação a temporada anterior, quando a companhia processou 83,2 milhões de toneladas. A produtividade média dos canaviais da companhia registraram uma queda de 9,6%, atingindo 77,4 t/ha ante a 85,6 t/ha. Os dados foram divulgados em seu relatório de resultados referentes ao terceiro trimestre da safra 2024/25. O ATR médio, por outro lado, teve melhora de 1,6%.
De acordo com a companhia, a queda na moagem é decorrente do clima severamente seco, que prejudicou o desenvolvimento e a produtividade da cana, além das queimadas generalizadas que atingiram os canaviais da região Centro-Sul a partir de agosto de 2024.
“Mais de 6 milhões de toneladas de cana própria e de fornecedores da Raízen foram afetadas pela ocorrência de queimadas. A piora da qualidade da cana também gerou desafios para cristalização e produção de açúcar, compensada por um aumento proporcional na produção de etanol. Por consequência, a eficiência industrial foi prejudicada, resultando na diminuição do ritmo de moagem e nos níveis de produção, com menor disponibilidade de produto para venda”, disse a companhia em relatório de resultados.
A produção de açúcar da companhia atingiu 5.075 milhões de t, o que representa queda de 12,5% em relação a safra anterior, quando a companhia produziu 5,800 milhões de t. Já a produção de etanol chegou a 3.113 mil metros cúbicos, ligeira alta de 0,4%. De etanol 2G a produção teve alta de 97,2%, chegando a 49,7 mil metros cúbicos.
Apesar da redução do volume produzido em açúcar equivalente e a menor contribuição dos resultados de tradings nesta safra, o ritmo de vendas de açúcar e etanol próprio foi intensificado no acumulado ano, contribuindo para a expansão do EBTIDA Ajustado. “No mercado de açúcar aceleramos nossos embarques capturando os benefícios do nosso posicionamento. Seguimos com visão construtiva avançando na fixação de açúcar em niveis de preços que devem contribuir pra um patamar saudável de rentabilidade nas próximas duas safras”, disse Phillipe Casale, diretor de Relacionações com Investidores da Raízen.
A Raízen revelou que está prestes a inaugurar mais duas plantas de etanol de segunda geração, que estão em fase final de comissionamento. Outras duas plantas estão previstas para serem inauguradas nos próximos anos, com o ritmo de construção alinhado a estrutura de capital da companhia. Agora o foco é garantir a estabilidade, consistência e segurança operacional, expandindo a produção já na próxima safra e impactando nos resultados da companhia”, disse Casale.