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Setor sucroalcooleiro aguarda fim das barreiras ao açúcar

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Após decisão tomada pelo Governo esta semana, de aumentar de 600 milhões para 750 milhões de l o volume de etanol que pode entrar no Brasil sem taxação extra de 20%, o setor sucroenergético agora espera que os Estados Unidos declarem fim das barreiras ao açúcar brasileiro.

De acordo com entrevista realizada pelo jornal El País com dois especialistas e um representante de produtores de cana, a medida tomada pelo governo brasileiro mostra que o país está disposto a ampliar seu mercado com os EUA e que espera uma reciprocidade do Governo de Trump, que na segunda-feira, 02, comemorou a ampliação do mercado brasileiro pelo Twitter.

Para o presidente da Unica (União das Indústrias de Cana de Açúcar), Evandro Gussi, essa mudança não vai criar grandes distorções no mercado, mas condicionar novas conversas a uma efetiva abertura do mercado americano de açúcar.

“Foi uma solução salomônica. Uma decisão extremamente firme e equilibrada”, afirmou ao El País.

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Decisão pós-reunião Brasil-EUA

A decisão teria sido tomada, segundo o El País, depois que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o assessor internacional do Planalto, Filipe Martins, participaram de reuniões com membros do governo americano

Hoje, a indústria sucroenergética brasileira produz quase 30 bilhões de l de etanol e importa quase 1,6 bilhão de l de etanol dos EUA, que é consumido em determinadas regiões do país, como parte do Norte e do Nordeste, onde é mais barato usar o etanol importado do que o nacional, devido à logística para o produto chegar a algumas cidades.

Para Marcos Jank, ex-presidente da Unica e professor de agronegócio global do Insper, a decisão do governo é positiva, mas espera que seja visto como um sinal para que os americanos compensem o Brasil em um futuro breve na questão do açúcar.

Tarifa americana ao açúcar

De acordo com dados da Unica, a tonelada do açúcar custa cerca de US$ 266, mas a tarifa aplicada pelos Estados Unidos é de US$ 339 para cada tonelada que supere a cota anual definida pelo Governo. Por essa razão, o Brasil exporta apenas 150 mil t do produto para o mercado norte-americano, que é o limite permitido sem a aplicação dessa tarifa.

Outra ação que o setor sucroenegético espera é que haja aumento da mistura de etanol na gasolina dos Estados Unidos. Segundo anuncio feito também pelo Twitter, Trump pretende aumentar a mistura de 10% para 15%.

Isso, caso se concretize, segundo Jank, pode ampliar o mercado para os produtores brasileiros, que contam com uma produtividade quase cinco vezes maior do que a do milho.

“Essa mudança no percentual traria uma demanda de cerca de 25 bilhões de litros a mais de etanol por ano. Duvido que o Trump vá mudar, realmente”, afirmou Jank para o El País.

Por outro lado, em nota, a Renewable Fuels Association (RFA) afirmou que a simbólica elevação da cota não ajuda em nada os consumidores brasileiros que enfrentam preços mais altos de combustíveis por causa da política discriminatória do Brasil.

O cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília também não concorda com a decisão do governo brasileiro. “Para garantir sua indicação à embaixada em Washington, o Eduardo Bolsonaro está mostrando serviço ao Governo americano, mas ele tem de lembrar que quem vota essa indicação são os senadores brasileiros”, afirmou ao jornal El País.

 

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